
Dois galos brigam sem os capacetes, sem a habilitação necessária e visivelmente embriagados!
A matéria de capa da revista Veja desta semana fala das gravações telefônicas feitas na busca de provas de delitos variados. Segundo a reportagem existem 400.000 telefones grampeados, buscando comprovar envolvimentos criminosos (ainda falam do Movimento de 64). Isso é brincadeira em termos legais, morais e de investigação policial. No aspecto legal, por ser essa prática só possivel com procedimento apuratório instaurado, se ainda na fase policial, com autorização judicial escrita e amarrada, ou seja, com objetivo e identificação do alvo, e quando já com processo em andamento, com despacho judicial nos autos. No moral, pelo fato de atentar contra os costumes, pois o respeito ao indivíduo dentro da coletividade é apanágio social. Já policialmente é ridículo, ao invés de se investigar as circunstâncias do fato criminoso, em um trabalho de coleta de variados indícios, subjetivos e objetivos, buscar-se uma pretensa confissão telefônica como prova, muitas vezes única. De fato é correto defender-se a justiça em nosso país, que se tem contra ela a lerdeza (na verdade muito por culpa do ritual, da processualística), tem na verdade recebido péssimos procedimentos investigativos policiais, com pouco embasamento probatório. Os poderes executivos federal e estadual têm grande parte da culpa, pois estão formando policiais despreparados e em pouquíssimo tempo (a formação de um delegado tem sido feita em três/quatro meses), e usado as forças policiais a seu serviço - e não do Estado. A cada dia mais assusta-me o que leio, dada a proliferação de ações policiais feitas inadequadamente, com escandaloso apoio da mídia e com os órgãos se atropelando. Pasmem com essa notícia do fim de semana passada: polícia RODOVIÁRIA federal em João Pessoa invadiu e prendeu 37 pessoas em uma rinha de galos. Polícia RODOVIÁRIA, logo calculo que alguns galos estavam sem habilitação ou com ela vencida, outros dirigiam motos sem capacete e muitos estavam atacando de excesso de velocidade. Brincadeira, e só no nosso país isso pode acontecer. Madeira
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