
Torcedor da seleção brasileira de futebol masculino - domingo último, 18 horas
Seleção brasileira de futebol X eliminatórias: Domingo, quinze de junho, mais um vexame do futebol brasileiro, mais uma frustação do povo, de quem gosta de futebol. Não vamos discutir o resultado, a derrota, o valor do time paraguaio, limitado mas decidido, fraco tecnicamente mas exemplar taticamente, jogadores sem nome internacional mas entregues de corpo e alma à contenda esportiva. Vamos colocar na mesa a verdade do que se espera de atletas milionários, que gozam de todas as mordomias possíveis e inimagináveis para a massa popular, que é quem os sustenta com a paixão clubístíca e patriótica. Atletas, o futebol atual é constituído de atletas, a maioria bem ruim de bola, mas forte e bem preperada fisicamente, e não mais de virtuoses como eu conheci, num futebol descaracterizado de sua arte na essência e valorizado na área da força física, e de um mercantilismo imenso, eivado de interesses escusos, comerciais até a medula, de desonestidade; enfim, mais um negócio que um esporte. Nesta seleção brasileira não temos mais jogadores de futebol
(nem falo em craques, em extinção por culpa dos dirigentes, dos técnicos de base e dos agenciadores de jogadores), mas de quem quer jogar para ganhar títulos e não transferências milionárias, que tenham salários pelo que apresentem em campo e não de mídia, de propaganda. Quero jogadores que não beijem o escudo de cada clube que os contrate, mas sim que respeitem esse escudo pelo esforço, pelos treinamentos à exaustão, pelo comportamento de homem, tanto fora de campo quanto dentro. A seleção deste domingo mostrou, muito claramente, um mau comportamento, com um desinteresse claro, sem maiores esforços, com uma clareza mediana de que o resultado não era importante, pois já estão todos consagrados, ricos e, afinal, perder e ganhar faz parte do jogo. É óbvio que sim, mas é também óbvio que isso deve ser o resultado do conseguido com hombridade, com capricho, com esforço, com vergonha na cara, algo que justifique envergar uma camisa nacional e ser um profissional, ou seja, aquele que vive de seu trabalho. E isso não houve, todos burocráticos, todos pensando no retorno próximo às belas e modernas cidades do Primeiro Mundo onde moram e ganham em euros, e achando tudo muito normal e passível de aceitação. Mas não o é. Ah, que saudades do tempo em que tínhamos craques, mas mais do que isto, homens capacitados a não se entregarem, a não se acomodarem, que buscavam a vitória com denôdo, sem descanso nem vedetismos, que respeitavam os espectadores/torcedores. Saudades de craques (nem vou citar Pelé e Garrincha) como Nilton e Djalma Santos, Didi, Zito, Castilho, Gilmar, Rivelino, Gerson, Leandro, Zico, Falcão e outros que ainda hoje são exemplos de astros e que sempre jogaram muita bola e se esforçaram, mesmo ricos, e de homens que deram mais do que podiam para honrar essa camisa, como Vavá, Belini, Pinheiro e De Sordi, que vestiram essa camisa e se consagraram pelo brio, pela vergonha na cara, mais pelo esforço do que pelo futebol. Quanta vergonha sinto desses pseudocraques, ricos financeiramente, mas pobres de espírito e de comportamento. Madeira
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