Este blog objetiva, sempre que possível diariamente, colocar para os amigos comentários sobre fatos de que participei ou aqueles que presenciei, ou ainda comentar assuntos que estejam na pauta jornalística do momento.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

atualidades-comentários-madeira(Rio de Janeiro)



Rio de Janeiro:Ainda sobre o último fim de semana no Rio,perdi(ou ganhei?) um dos dias percorrendo a pé o centro da cidade,da mesma forma que tinha feito com as cercanias da Praça Saenz Pena.Outra decepção ou surpresa,não o sei,pois as diferenciações entre o meu Rio das décadas de cinquenta e sessenta,quando o deixei e a atual são gritantes,de gritos de dor.Sujo,depredado,prédios antigos fechados,abandonados,calçadas implorando por uma manutenção,pichações ilegíveis(ainda bem,pois não possuem mensagens),ruas sujas,tanto de detritos como da não varrição,barracas e barracas de camelôs,mal arrumadas,vendendo artigos dos mais variados e que não tem qualquer utilidade,são apenas coloridos e alguns barulhentos,para crianças,enfim um triste quadro.As recordações de lugares limpos,arrumados,bem frequentados,que fizeram a história do centro do Rio são muitas e fui buscá-los,já imaginando que não iria encontrá-los,devorados que foram pela especulação imobiliária ou por desinteresse dos antigos donos,face a deterioração da urbe.Metro Passeio,nada,substituído por uma loja sem qualquer beleza e mesmo funcionalidade.Mesbla,com suas poucas e bem montadas seções,nada,em troca um verdadeiro mafuá,entulhado,mal posto, de mercadorias das Lojas Americanas. Cinelândia,nada,dois cinemas,aparentando uma decrepitude incrível e os outros fechados,ou igrejas neo-pentecostais ou lojas de crédito fácil(arapucas).O Amarelinho resistindo,com o melhor chopp da cidade(era),mas sem um cuidado maior com as instalações.O Passeio Público,limpo,mas sem grandes cuidados com o verde,ou seja mantendo-se pela fôrça da natureza.A Lapa.essa sim,resiste,como uma velha senhora à chegada da velhice,mesmo assim,não sei se não resistiu ou minha memória não me permitiu reconhecê-lo,não localizei o bar onde Madame Satã fazia ponto e encarava e batia em guarnições inteiras da Polícia Especial,os chapeus vermelhos,tropa de choque criada pelo ditador Getúlio Vargas.Também resistem e em bom estado o Theatro Municipal,a Escola de Belas Artes,o Jockey Club,o Automóvel Clube.Mas enfim existe vida no centro querido do Rio,pois encontrei a Confeitaria Colombo,igual,do mesmo jeito das décadas vividas lá.Imponente,majestosa,feérica,com seus vidros que a tornam maior do que é e mais imponente.As escolhas são dificeis,tantos são os salgados e os doces,que de antemão já sabiámos gostosos.Eugenia come uma rabanada e eu meu idefectível mil folhas acompanhados com café com leite.Delícias,atendimento de primeira,limpeza,claridade,primeiro mundo à vista.Para maior felicidade vendia recordações e de imediato as buscamos para trazê-las como símbolos de um Rio que já não existe mais,a não ser em alguns pouquíssimos lugares.Um Rio que me viu nascer,onde abri os olhos para a vida,que eu vi crescer sem pressa e que me viu crescer,de um Rio de beleza incomparável,de vizinhos cordiais,dos bondes lentos,arejados,da padaria do portuga na esquina,da banca de jornais do italiano na mesma esquina,dos terrenos baldios para peladas,das matinês nos cinemas de bairro,enfim de um Rio tranquilo,de paz e amor,da carioquice,um Rio,que ainda que continue belo,não mais existe,somente nas minhas lembranças.Madeira

Um comentário:

Flavia disse...

lindo!
lindo e real..
tanto que pude imaginar cada passo dado nesta caminhada, como se tivesse feito parte do passeio.
obrigada, pai, por compartilhar conosco sua vida, de forma tão talentosa!
te amo!

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