
Notícia de ontem, 17 de julho, torna público que, por ordem do presidente Lula, divulgam-se diálogos de reunião de trabalho da Polícia Federal, sobre investigação em andamento. Incrível, fantástico, extraordinário... Somente em uma república sindicalista ocorre um fato trapalhão como este. Primeiro, o primeiro e maior mandatário nacional intrometer-se em uma questão interna de um órgão, em relação a ele de terceiro ou quarto escalão, e determinar algo, em especial de área que ele não conhece e a frente da qual tem (espera-se) especialistas. Depois, a partir de uma gravação de quatro horas, apresentar um áudio de pouco mais de três minutos (fita editada, que não clareia nada, apenas tumultua mais). Depois, o absurdo de um superintendente da PF e um diretor de área gravarem uma reunião de trabalho... Vá um profissional ser inseguro e cagão assim lá longe! Quem não deve não teme, quem é correto não precisa tirar cópia de documentos que assinou ou gravar conversas que teve. Que outros gravem, façam grampos, o que quiserem, pois quem é honesto não tem nada a temer e assume a responsabilidade sobre o que falar e fizer. Brincadeira! Fico imaginando a quantidade de fitas gravadas que esse delegado tem e terá ao fim de trinta anos de exercício profissional (ele não encontrará nenhuma depois de algum tempo...). Por fim, dentro dos erros infantis e/ou maldosos que estão ocorrendo nesse caso (dentro da PF), é lamentável que no meio do tiroteio o diretor geral tire férias por quinze dias (??!!). Foi covarde? Foi obrigado? Foi resultado de uma ação política? É o primeiro passo para ser exonerado? Com o que ele não está de acordo? Cada dia as coisas ficam mais complicadas e ínexplicáveis, principalmente para quem conheceu um DPF sem envolvimento político, em que a hierarquia e a disciplina eram apanágios, em que não se informava à imprensa as ações, não se entrava em greve e em que se deixava à Justiça a função de divulgar ou não os crimes; enfim, era uma polícia do Estado e não do governo, não partidarizada. Que está cada dia mais estranho, está. Madeira
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